domingo, 1 de janeiro de 2012

Fotografia - Conceitos Básicos


Vamos começar pelas noções mais básicas e elementares da fotografia para, mais tarde, as aplicarmos na prática a criar imagens. Serei o mais sucinto possível para não chatear com teoria em excesso, mas se não conheces os conceitos, por favor lê tudo.

Luz

Tudo na fotografia gira à volta da luz e da captura da luz reflectida pelos objectos, é a matéria-prima da imagem. Fotografia é “grafar com luz”. A luz é radiação electromagnética que tem a propriedade de impressionar o olho humano (não esquecendo das películas fotográficas e dos sensores digitais das câmaras actuais. A luz é definida pela qualidade (suave num dia nublado ou dura num dia de sol ao meio-dia) e pela quantidade.





Obturador

Permite controlar a quantidade de luz que chega ao sensor ajustando o tempo em que o sensor fica exposto à luz. Quanto maior for a velocidade de obturação, menos luz chega ao sensor.

A escala de tempos pode variar entre seguintes velocidades, das mais lentas (maior tempo de exposição), até às mais rápidas: 8, 4, 2, 1, 1/2, 1/4, 1/8, 1/15, 1/30, 1/60, 1/125, 1/250, 1/500, 1/1000, 1/2000, 1/4000 1/8000 de segundo. Em algumas câmaras DSLR é comum haver uma opção B ou BULB que permite manter o obturador aberto enquanto o botão de disparo permanecer premido, isto permite exposições muito longas para fotografar com pouca luz. A cada valor que dobra o tempo de exposição, dobra-se a quantidade de luz que entra pela objectiva. A cada passo nesta escala chamamos de ponto de luz. Por exemplo: 1/500 é dois pontos de luz abaixo de 1/125, porque deixará entrar 1/4 de luz a menos. Este conceito será empregado em todos os dispositivos que controlam a entrada de luz (obturador e diafragma), como se verá adiante.

Caso a tua máquina permita controlar o obturador manualmente, podes usá-lo para melhorar as tuas imagens, usando velocidades baixas para dar um efeito “arrastado” ou velocidades altas (acima de 1/125) para congelar a imagem ou evitar que a foto fique “tremida”.




Diafragma

Permite controlar a quantidade de luz que chega ao sensor ajustando o tamanho da abertura por onde a mesma vai passar na lente. Quanto maior for a abertura mais luz chegará ao sensor. Os valores de abertura são precedidos da letra “f” e são conhecidos como “f stop” ou pontos de luz. Na escala de abertura de diafragma, valores menores representam aberturas maiores e vice-versa.

Exemplo de uma escala de aberturas, começando nas aberturas maiores e terminando nas menores: f 1.4, f 1.8, f 2.8, f 4, f 5.6, f 8, f 11, f 16, f 22. Podes pensar nesta escala como a resistência que a objectiva apresenta à passagem da luz, quanto maior o valor menos luz passa. Cada valor f na escala da objectiva deixa passar o dobro da luz da sua subsequente e metade da sua precedente, ou seja: f 5.6, deixa passar o dobro da luz de f8 e metade de f 4.

Quanto maior for a abertura do diafragma menor será a profundidade de campo.





Profundidade de campo

É o efeito que descreve até que ponto objectos que estão mais ou menos perto do plano de foco aparentam estar nítidos. Varia com a abertura do diafragma (maior abertura = a menor profundidade de campo) e com o tamanho do sensor (quanto maior for o sensor menor poderá ser a profundidade de campo). A profundidade de campo pode ser usada de forma criativa, por exemplo para desfocar o fundo de um retrato.

Nas fotos abaixo, pode-se verificar a pouca profundidade de campo da 1ª, fotografada a f2.8 1/60 e a grande profundidade de campo da 2ª, tirada a f16 1/60. As diferenças observam-se melhor na área focada do chão.




Distância Focal

É a distância, em milímetros, entre o ponto de convergência da luz e o ponto onde a imagem focada será projectada. Todas as objectivas recebem classificações como grande angular, normal e teleobjectiva.

Objectiva normal – tem um campo de visão na ordem dos 50º e proporciona uma visão muito próxima do olho humano. Todos os fotógrafos devem ter e usar uma objectiva de 50mm e f1.4 ou 1.8 de abertura.

Objectiva grande angular – apresenta um grande ângulo de visão (entre os 60º e os 180º). A distância focal destas objectivas é menor que a diagonal da imagem projectada. Distância focal inferior a 40mm.

Objectiva teleobjectiva – apresenta um pequeno ângulo de visão. Produz imagens ampliadas com os planos achatados ou comprimidos. Variam normalmente entre 85mm e 1200mm.

Objectiva zoom – Apresentam distancias focais variáveis, compreendidas entre 2 extremos (ex: 18mm – 200mm). São as objectivas mais em voga actualmente. São mais práticas de utilizar, mas opticamente não são tão precisas.



ISO

É a medida da sensibilidade à luz do sensor (ou filme). Quanto maior o valor, maior a sensibilidade, do sensor, à luz. No caso dos sensores digitais, de ISO ajustável, quanto maior foi o valor ISSO, maior será o ruído das imagens geradas. Sensores de maiores dimensões produzem menor ruído digital para o mesmo valor de ISO.




Dimensões do sensor

O sensor de 35 mm (Full frame) é considerado o tamanho standard para os sensores digitais. Isto deve-se ao facto de ter as dimensões de um fotograma de filme de 35 mm, o que permite manter retrocompatibilidade com as lentes usadas no tempo do filme. Quando se deu o desenvolvimento dos sensores digitais surgiram sensores mais pequenos (APS-C e APS-H) com o objectivo de baixar custos de produção e permitir o uso de lentes mais compactas. Ao usar lentes calibradas para 35mm com sensores mais pequenos aplica-se um factor de conversão para calcular a distância focal. Por exemplo, num sensor APS-C da Nikon o factor de conversão (crop factor) é de 1,5x ou seja, se usarmos uma lente de 100 mm esta irá encher o preencher o sensor da mesma forma que uma lente de 150 mm preencheria um sensor de 35 mm. Os sensores de 4/3 e de Micro 4/3 têm um facto de conversão de 2x, pois são ainda mais pequenos que os APS-C. Os sensores das maquinas compactas têm factores de conversão na ordem das 5x.

Independentemente do tamanho dos sensores, o número de megapixéis das máquinas compactas é semelhante ao das DSLR de gama baixa e média (cerca de 12 megapixés actualmente), isto faz com que a densidade seja muito superior nas máquinas compactas do que nas DSLR. Esta densidade superior tem como consequência que cada pixel de um sensor compacto capte menos luz que o de uma DSLR, o que se traduz em maior ruído digital nas máquinas com maior densidade de píxeis.

Em resumo, quanto maior o sensor melhor e quanto menor for o número de megapixéis menor será o ruído digital produzido pelo sensor, comportando-se melhor em situações de fraca luminusidade.






Temperatura de cor (Equilíbrio de brancos)

É uma analogia entre a cor da luz emitida por um corpo negro aquecido até a temperatura especificada em Kelvin e a cor que estamos a comparar.
Quando falamos em luz quente ou fria, não estamos a referir ao calor físico da lâmpada, mas sim à tonalidade de cor que ela apresenta ao ambiente. Luz com tonalidade de cor mais suave torna-se mais aconchegante e relaxante, luz mais clara mais estimulante. Quanto mais alta a temperatura de cor, mais clara é a tonalidade de cor da luz. A luz natural tem uma temperatura de 6500K.
As definições de balanço de brancos da tua máquina digital têm que coincidir com a temperatura da luz ambiente para que as fotos apresentem cores naturais.

Todas as câmaras actuais fazem o balanço de brancos automático mas, como em quase tudo, os melhores resultados são obtidos manualmente.




 Regra dos terços

Esta regra dita que se divida o visor da câmara em 3 terços horizontais e 3 terços verticais, traçando duas linhas verticais e 2 horizontais. Ao efectuar esta divisão ficam 4 pontos no visor. Deves colocar o teu motivo de interesse (o tema da tua foto) em cima de um desses 4 pontos ou, em alternativa, em cima de uma das linhas de divisão.

As linhas horizontais podem ser usadas, em fotografias de paisagem para colocar o horizonte. Se o céu for o tema da tua foto, deves colocar o horizonte no terço inferior, caso o teu motivo de interesse não seja o céu, deves colocar a linha do horizonte no terço superior.

Salvo raras excepções deves evitar colocar o tema principal no centro do enquadramento.



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