Factos:
República del Perú
Capital: Lima
Língua Oficial: Castelhano e Quechua
Presidente (2006): Alejandro Toledo
População: 29,180,900
Moeda: Nuevo Sol
Fuso Horário: UTC -5h.
Electricidade: 110V, 60Hz.
Independência: 28-07-1821
Esperança média de vida: 70 anos
Alfabetização: 87,7%
Quando ir: A época alta é entre Junho e Agosto. É a época recomendada para quem pretende fazer o Inca Trail. Para quem não está interessado em caminhadas, qualquer período do ano é adequado.
Clima: Tropical no Este, Desertico a Oeste e Tempreado a frígido nos Andes. Resumidamente: quente em Lima e frio em Machu Picchu.
Perigos e Chatices: O Perú tem reputação devido a assaltos e roubos. Foi o 1º país em que vi correias nas cadeiras de esplanada para amarrar as mochilas. Não se devem levar objectos de valor visíveis. Deves ter sempre atenção ao que te rodeia, especialmente em locais turísticos com multidões. Não viajes sozinho, olha pelos pertences do teu companheiro de viagem e ele que olhe pelos teus.
Apenas se devem tomar os taxis amarelos com identificação devido ao perigo de rapto. Não se deve andar pelas ruas centrais após anoitecer. Apesar de todos os guias nos assustarem em relação aos perigos, nós não tivemos problemas seguindo estes conselhos básicos.
República del Perú
Capital: Lima
Língua Oficial: Castelhano e Quechua
Presidente (2006): Alejandro Toledo
População: 29,180,900
Moeda: Nuevo Sol
Fuso Horário: UTC -5h.
Electricidade: 110V, 60Hz.
Independência: 28-07-1821
Esperança média de vida: 70 anos
Alfabetização: 87,7%
Quando ir: A época alta é entre Junho e Agosto. É a época recomendada para quem pretende fazer o Inca Trail. Para quem não está interessado em caminhadas, qualquer período do ano é adequado.
Clima: Tropical no Este, Desertico a Oeste e Tempreado a frígido nos Andes. Resumidamente: quente em Lima e frio em Machu Picchu.
Perigos e Chatices: O Perú tem reputação devido a assaltos e roubos. Foi o 1º país em que vi correias nas cadeiras de esplanada para amarrar as mochilas. Não se devem levar objectos de valor visíveis. Deves ter sempre atenção ao que te rodeia, especialmente em locais turísticos com multidões. Não viajes sozinho, olha pelos pertences do teu companheiro de viagem e ele que olhe pelos teus.
Apenas se devem tomar os taxis amarelos com identificação devido ao perigo de rapto. Não se deve andar pelas ruas centrais após anoitecer. Apesar de todos os guias nos assustarem em relação aos perigos, nós não tivemos problemas seguindo estes conselhos básicos.
Esta foi, de longe a melhor viagem que fizemos até ao momento... oops... acho que já estraguei a surpresa. Sei que só devia ter dito isto no final, mas há histórias que se devem começar pelo final. Esta era a minha viagem de sonho há já algum tempo e, apesar das expectativas, não desiludiu nem um bocadinho. Há locais que parecem perfeitos nas fotografias e nos documentários que vemos mas, ao visitá-los sentimos que a experiência ainda podia ser melhor. Machu Picchu não é um desses locais, consegue exceder todas as expectativas que se tenham. Não sou uma pessoa espiritual, mas aquele local tem qualquer coisa de mágico.
Devido aos insistentes avisos que nos foram fazendo em relação à falta de segurança no Perú, não levámos a Nikon D70. A fotografia ficou a cargo de uma Canon PowerShot S50, de uma Nikon Coolpix 7900 e de uma Nikon P1. Queríamos ter a certeza que registávamos todos os momentos importantes da viagem, portanto levámos cerca de 5 GB de em cartões de memória diversos. A qualidade das máquinas fotográficas baixou e a habilidade dos fotógrafos não melhorou, portanto mais uma vez, não esperem milagres. Podem ser fotografias de merda, mas são as nossas fotografias de merda!
Dia 0 - 27-03-2006 - Lisboa - Madrid - Lima
Chegámos ao aeroporto às 06:25h, mas apenas pudemos fazer o check-in às 06:45h. Este período foi aproveitado para embalar a mala do Amílcar que apesar de ser Samsonite, é de fecho eclair e, como tal, facilmente violável. às 08:45h, saímos de Lisboa rumo a Madrid num velhinho MacDonell Douglas MD88 da Iberia. O voo durou cerca de 1h e apenas deu para ler o Público e pouco mais. A bordo ia a Patrícia Bull.
Ao chegar a Barajas, foi só procurar a porta de embarque pois já tínhamos feito o check-in para o Peru e despachado as malas. Encontrar a porta de embarque é uma coisa, mas chegar lá é outra completamente diferente e bastante mais difícil. É que o aeroporto de Barajas é enorme e nós tivemos que o atravessar de uma ponta à outra num comboio subterrâneo ao estilo do nosso Metro. Ainda por cima havia obras por todo o lado.
Partimos de Madrid às 13:40h com cerca de 1 hora de atraso devido ao elevado volume de tráfego aéreo. O avião é o Vicente Alexandre, um Airbus A340-600 da Iberia. Não conseguimos lugar à janela apesar de termos feito o check-in em Lisboa, porque os espanhóis podem fazer o check-in on-line com 24h de antecedência. O Avião tem uma câmara de video na parte superior do leme direccional que permite ver as descolagens e aterragens. Muito giro!
O Amílcar queixou-se que apenas havia "hospedeiros" e que as hospedeiras estavam todas na 1ª classe. Disse inclusive que preferia ter hospedeiras no lugar da câmara na cauda do avião, mas eu não acredito nisso. Aterrámos cerca das 18:00h locais (00:00h e Portugal - Devido ao horário de Inverno, são menos 6h que em Portugal. Estava bastante calor e já era de noite.
No transfer para o Hotel Sheraton Lima, o nosso guia, Carlos Ayala da Condor Travel, foi-nos dando algumas informações úteis e foi fazendo alguns avisos. Disse-nos que estávamos na zona antiga que era muito gira, mas que não era segura. Desaconselhou-nos a sair a noite a pé. Se quiséssemos ir a algum lado após as 17 / 18h, devíamos ir de taxi e voltar de taxi. Recomendou que andássemos apenas nas ruas e praças principais e com muita gente. Basta afastarmo-nos 200 ou 300 metros para entrarmos em zonas perigosas. Vinha outro casal Português connosco no transfer que ia ficar na zona de Miraflores. Miraflores assim como San Isidro são zonas mais seguras.
Ao chegar ao hotel, fizemos o check-in, cambiámos alguns Euros para Nuevos Soles e jantámos no restaurante do hotel que até era bom. Eu estava morta de cansaço e não me estava a sentir muito bem.
Fizemos o amor e fomos dormir.
Dia 1 - 28-03-2006 - Lima
Acordei às 07:30h, com as forças retemperadas, mas ainda com algumas tonturas, fruto do jet-lag. às 09:00h quando estávamos a tomar o pequeno almoço, ouvimos o nome do Amílcar no altifalante. Tinham-nos vindo buscar para o tour pela cidade. Estávamos à espera da guia às 09:30h. Esta era inédita, um tour que não se atrasa, mas que chega inclusive adiantado. Passámos pela Casa Andina onde estavam hospedados os outros portugueses, a Carla e o Luís que estavam em lua-de-mel. Fomos ainda ao hotel José António buscar um casal alemão que vivia em Washington e falava inglês sem sotaque.
Começámos o tour pelo Parque do Amor, em Miraflores, que tem um monumento em barro em que figuram 2 amantes com feições peruanas a celebrar o amor. À volta do parque existe um mural a imitar o estilo de Antoní Gaudí com pedaços de azulejo partido. Daqui tem-se uma fantástica vista sobre o pacífico e as praias de Lima. A água parece poluída e a guia indicou-nos que estava a 14ºC. Eu sei quem é que lá não se mete...
O próximo ponto na nossa viagem foi a Huaca Pucllana (Huaca é um local sagrado) que é uma pirâmide pré-Inca datada de cerca de 300 AC. Esta Huaca fica na zona de Miraflores e alberga um pequeno museu que retrata a forma como eram mumificados os mortos (em posição fetal) para que pudessem renascer. A cidade de Lima desenvolveu-se à volta desta pirâmide de adobe. Aqui ficámos também a conhecer uma forma arcaica de escrita Inca, que se resume a nós que davam em fios que se uniam como se fossem um tapete.
A paragem seguinte foi feita na Plaza de Armas, também conhecida como Plaza Mayor, onde visitámos La Catedral que foi reconstruída após o terramoto de 1746. Imediatamente após entrar, à direita vi o nome Pizarro. O Amílcar com o seu ar entendido explicou-me que se tratavam mesmo dos restos mortais de Francisco Pizarro (lá de tiranos e ditadores percebe ele... se ao menos usasse a cabeça para coisas interessantes...). A guia mostrou-nos os pilares da catedral que são feitos de bambu por causa das suas propriedades anti-sísmicas e por ser resistente às térmitas.
Da Plaza de Armas seguimos a pé para El Convento de San Francisco que é famoso pelas suas catacumbas onde se encontram inúmeras ossadas humanas. Daqui regressámos ao hotel onde terminou o tour. Todos os tours que fizemos nesta viagem estavam incluídos no preço da mesma. À partida esta viagem parecia mais cara que a do México, mas feitas as contas revelou-se mais barata. Os preços aqui também são mais baixos que no México.
Estava marcada uma grande Manifestação (huelga) em Cuzco para dia 29 e 30 de Março pelo que o Carlos Ayala nos aconselhou a alterar o voo para Cuzco de dia 29 para as 06:00h da manhã (!!!) a fim de fugir à confusão. Tivemos que pagar 111,5 € para alterar o itinerário de dia 30 de Abril. Após o fim do tour matinal, lá fomos nós e o outro casal até às instalações da LAN Peru para alterar a hora do voo. Partilhámos um taxi até ao Ovalo de Miraflores onde o Carlos Ayala já nos esperava. A troca dos bilhetes decorreu sem incidentes (ao contrário das nossas expectativas). Aqui já nos começámos a aperceber da extraordinária eficiência do atendimento Peruano. Algo completamente inédito na América Latina (e em Portugal). Depois de tudo estar tratado o Carlos Ayala recomendou-nos alguns restaurantes, dos quais nós escolhemos um para almoçar. O outro casal almoçou connosco.
Depois de almoço, a Carla e o Luís foram descansar para o hotel, nós fomos deixar os documentos no cofre (pois estavam-nos constantemente a assustar com os roubos). Uma vez que estávamos no hotel aproveitámos para fazer um passeio a pé pelas imediações. Não nos afastámos muito porque já era tarde e por causa dos avisos relativos à insegurança. Durante este passeio pudemos aperceber-nos das incessantes buzinadelas que se ouvem. É impossível passarem 2 segundos sem se ouvirem pelo mesmos 3 ou 4 carros apitar. Ninguém para nas passadeiras. Mesmo após nos já estarmos no meio da rua os carros continuam a apitar e a aproximar-se lentamente para nos forçar a sair do seu caminho.
Terminámos o dia com um carpaccio de carne e com as nossas welcome drinks (Pisco Sour) no hotel. Eu estava morta de cansaço e ainda continuava com as minhas tonturas. O Amílcar gozava.. mal sabia ele o que o esperava...
Demos uma rapidinha e fomos dormir que tínhamos que sair do hotel às 04:00h da manhã para ir para o aeroporto.
Dia 2 - 29-03-2006 - Lima - Cuzco
Às 03:50h já tínhamos feito check-out e já estávamos a tomar o pequeno almoço quando chega a nossa guia. Parámos de comer, e fomos para o aeroporto. A guia que se chamava Fulana ajudou-nos com as formalidades. Pagámos as taxas aeroportuárias (chulos), cerca de 25 soles e dirigimo-nos para a sala de embarque. O Amílcar estava a pensar que ia encontrar um avião decadente turbo-hélice e deparou-se com um novíssimo Airbus A320. Foi a desilusão... estava inconsolável...
O voo deveria durar cerca de 1 hora, mas encontrámos mau tempo em Cuzco. Tentámos a aproximação por duas vezes. Da 2ª vez estivemos quase a aterrar, mas no último momento o avião levou uma rajada de vento, o comandante acelerou os motores e dirigimo-nos ao aeroporto alternante - Arequipa, para abastecer e esperar melhores condições.
Em Arequipa não nos deixaram desembarcar, tivemos que esperar cerca de 1 hora para voltarmos a descolar rumo a Cuzco. Desta vez conseguimos aterrar à 1ª. Recolhemos as bagagens e lá fomos com outro representante da Condor Travel. Enquanto nos dirigíamos ao hotel, o guia foi-nos dando alguns conselhos para evitar problemas com a altitude (estávamos a 3326m acima do nível do mar). As regras básicas são: Descansar, andar devagar, comer pouco, beber muitos líquidos evitando o álcool e beber mate de coca... sim essa mesmo a coca da qual se extrai a cocaína. Já estou a imaginar peregrinações ao Peru por causa destas linhas. No Peru é legal fazer-se chá com as suas folhas, mas linhas não é... Claro que o Amílcar nunca pensou que a altitude o pudesse afectar... a ele, não, nunca!
Chegámos ao Hotel às 10:30 e aproveitámos para descansar um pouco até às 13:00h, hora a que nos vinham buscar para um tour pela cidade e por umas ruínas circundantes. Quando acordei estava bastante mal disposta. Tive que me deitar novamente. Com algum esforço, lá me consegui levantar e descer para beber mais um mate de coca. Não é que o Mate de coca até é mesmo muito bom! Atrevo-me a dizer que foi o melhor chá que já bebi em toda a vida. Acompanhámos o mate de coca com sanduíches, que por estas paragens são tostas e demoram 20 minutos a preparar. Pelo menos são deliciosas. Em todos os locais havia água a ferver e folhas de coca gratuitas para beber à vontade. Sinto-me na obrigação de dizer que o único efeito que o mate de coca tem no organismo é o de estimulante. É como beber vários Redbull mas com bom sabor. Claro que o mate de coca também não ajuda em nada ao Soroche (doença de altitude) como veremos mais à frente...
Partimos pontualmente às 13:30h. Porra estes gajos não para de nos surpreender com a pontualidade. Será que comeram alguma coisa estragada? Já no autocarro fomos recolher alguns turistas a outros hotéis e iniciámos o tour. Da famosa huelga nem sinal. Começámos o tour pelo Qorikancha (significa Pátio Dourado) em Quechua. Este pátio / templo encontrava-se coberto com cerca de 700 folhas de ouro com cerca de 2Kg cada e era o templo mais importante de todo o império Inca. Claro que isto foi até os espanhóis aparecerem e pilharem tudo... Bons velhos tempos...
Os trabalhos em pedra são os melhores do império Inca. Na civilização inca não se usava argamassa para unir as pedras. As pedras são talhadas para se unirem umas às outras de forma sólida. Imaginem um Lego gigante e coberto de ouro. Aqui, tal como em muitos outros monumentos, já se verificam soluções engenhosas anti-sísmicas como as paredes inclinadas ligeiramente para dentro, as portas e janelas são mais largas na base que no topo. Encontra-se nichos nas paredes com o mesmo formato que servem para retirar peso à parede. Na construção Inca encontram-se também juntas de dilatação.
Devo ainda referir que, os Incas são apenas os imperadores, o povo é o Quechua, assim como dialecto que ainda hoje se fala. A cultura Inca também praticava os sacrifícios humanos, mas ao contrário dos Maias que degolavam as suas vítimas, lhes arrancavam o coração e o comiam, os Incas / Quechuas eram bastante mais civilizados. Em primeiro lugar davam-lhes alucinogénicos (estão a ver onde entra a coca e seus derivados, não estão?) e depois, apenas lhe davam uma pancada na cabeça ou um corte cirúrgico no pescoço. Pode-se dizer que eram algo efeminados no sacrifício.
O Qorikancha foi entregue a Juan Pizarro que o doou aos Dominicanos que, por sua vez construíram um convento no seu interior. Existem ainda bastantes salas e paredes que foram preservadas. A parte mais sagrada do tempo era a sua parede curva que é extremamente difícil de construir usando as técnicas Incas. Os Dominicanos que ainda hoje são donos do templo, construíram o altar da sua igreja orientado na direcção desta parede curva. Em todas as cidades Incas existe um templo com uma parede curva que é sempre o local mais importante e sagrado. Veremos uma também em Machu Picchu.
A paragem seguinte foi em La Catedral que demorou quase 100 anos a ser construída. O que mais se destaca na catedral é El Senhor de los Temblores, ou o senhor dos terramotos. Segundo reza a lenda, durante o grande terramoto de 1650, os habitantes desfilaram com este crucifixo à volta da praça rezando para que o sismo parasse e, alegadamente, parou mesmo. Claro que o que mais sobressai nesta estátua é o facto de Cristo ser preto. Mas Cristo não era originalmente preto, foi enegrecendo devido ao fumo das velas e ao material de que é feita a estátua (à base de milho). Em todas as representações de Cristo, Ele aparece com as pernas arqueadas, e com feições "nativas". Aqui estão , também, os restos mortais do famoso historiador Garcilaso de la Vega, filho de um conquistador espanhol e de uma princesa inca. Aqui estão , também, os restos mortais do famoso historiador Garcilaso de la Vega, filho de um conquistador espanhol e de uma princesa inca.
Após a visita à Catedral, saímos de Cuzco para visitar o Sacsayhuaman, que em Quechua significa "falcão saciado ou satisfeito". Os indivíduos de língua inglesa, usam uma mnemónica para fixar este nome e que é "Sexy Woman". Este é um dos maiores e mais surpreendentes monumentos incas, com carácter ciclópode, construído com enormes blocos de pedra, o maior dos quais tem 7 metros de altura. Este complexo foi construído como uma fortaleza militar e, segundo se crê, como um adoratório solar, adquirindo também um carácter religioso. Aqui vimos os primeiros lamas ou alpacas juntos com um grupo de mulheres vestidas com os trajes típicos, em pose para a fotografia a troco de alguns Nuevos Soles. Por esta altura ainda não sabíamos muito bem a diferença entre lamas e alpacas. Vimos mais tarde a descobrir que as alpacas são mais peludas ou lãzudas (faz-se muito vestuário de lã de alpaca e é bastante caro), as alpacas são mais pequenas e não cospem para atacar. Os lamas são criados com animais de carga e as alpacas para a produção de lã (os lamas são criados como burros e as alpacas como ovelhas).
De volta ao autocarro para rumar ao templo de Qenqo que significa labirinto ou zig zag. Era uma huaca de grande importância dentro do estado Inca. Possuía um local de adoração ao Sol num ritual relacionado com o solstício. No interior da rocha existe uma câmara subterrânea onde se construíram mesas e nichos que serviam para se fazerem oferendas aos mortos. Os sacrifícios humanos eram efectuados no exterior... para as vítimas poderem gritar à vontade sem fazer eco ou perturbar os mortos. O leitor bem sabe o quanto as múmias são sensíveis aos gritos.
A última paragem do nosso tour foram as ruínas de Tambomachay que que dizer lugar de descanso. este local é conhecido popularmente como El Baño del Inca. Os aspecto mais marcante de Tambomachay é a água que é vertida dos seus aquedutos durante todo o ano sempre na mesma quantidade. Até ao momento ignora-se de onde provém esta água.
Após o fim do tour, regressámos ao hotel José António. O Hotel, apesar das suas 4 estrelas ****, não é grande coisa. O quarto esteve sempre quente demais, ao ponto de termos que deixar a janela aberta para que o ar gélido da montanha amenizasse a temperatura do quarto e fosse possível dormir durante a noite. As camas são individuais e desconfortáveis e o pequeno-almoço não tem nada de muito interessante, excepto o maravilhoso mate de coca.
Voltámos a sair para jantar e não precisámos de andar muito para encontrar um restaurante que nos agradasse. Como ainda era bastante cedo, tínhamos o restaurante só para nós. Comemos ceviche e bife de Alpaca ao som do Caetano Veloso, visto que o empregado nos tinha confundido com brasileiros. Nesta viagem, confundiram-nos por diversas vezes com brasileiros para grande ofensa do Amílcar. Que vergonha! Eu não comi muito pois ainda continuava um bocado mal disposta, devido à altitude. O Amílcar, por sua vez comeu que nem um abade, coisa que lhe iria sair caro no dia seguinte.
Regressámos ao hotel, para descansar. Aproveitei para ver um pouco de televisão peruana, onde vi um episódio da série Friends. Fizemos amor e fomos tentar dormir.
Dia 3 - 30-03-2006 - Cuzco - Ollantaytambo - mercado de Pisac
Dormimos bastante mal. O Amílcar que quase que não dormiu, estava com dores de cabeça, tonturas e dores corporais, o que se resumia a uma palavra, soroche (doença de altitude) ou, nas palavras dele, "estava quase a morrer". Ele que não acreditava nestas coisas do soroche e que tinha abusado no dia anterior estava a pagá-las. Eu estava bastante melhor.
Não tínhamos nada combinado neste dia, portanto despachámo-nos lentamente e dirigimo-nos para o pequeno-almoço.
Durante o dia anterior tínhamos tentado alterar a data do tour ao Valle Sagrado de los Incas para o dia original (hoje), mas ninguém da Condor Travel nos tinha dito nada... até hoje à hora do pequeno-almoço. Apanharam-nos quando estávamos quase de saída. Como nos interessava a troca, aceitámos de imediato.
A agência tentou, em vão, encontrar o outro casal para que fosse connosco. Ainda fomos ao mercado procurá-los (armados em detectives privados), mas não tivemos sucesso. Pelo menos provámos uma espécie de chocolate local, que é horrível. Ainda hoje me recordo do sabor...
Há males que vêm por bem. Tivemos um tour privado. Que romântico.
O tour partiu cerca das 09:00h e, devido aos mal-entendidos, fomos apenas nós, num tour privado. após sair de Cuzco o nosso minibus, dirigiu-se ao Valle Sagrado de los Incas, onde ia parando sempre que a paisagem ou os monumentos o justificasse. A guia era altamente prestável, simpática e conhecedora da região. Falava castelhano e quechua fluentemente e também falava demais... A mulher não se calava um segundo o que para o Amílcar se foi transformando num suplício com o passar das horas. Não se esqueçam que ele continuava com uma dor de cabeça que todo o chá de coca e aspirina do mundo não conseguiam fazer passar.
Para além as paisagens de cortar a respiração, as principais atracções do Vale Sagrado (também conhecido como Vilcanota ou Urubamba) são as cidades de Ollantaytambo e Pisac, ambas com cerca de 2000 habitantes e ambas também incluídas neste tour.
Ollantaytambo é dominada por uma massiva fortaleza Inca no topo de uma colina que oferece uma magnífica vista sobre a povoação e área circundante. Para se chegar à fortaleza Inca, temos que subir uma escada de pedra bastante íngreme através de socalcos que antigamente serviam para a agricultura. Aqui, Fernando Pizarro, irmão de Francisco Pizarro, perdeu uma grande batalha contra os Incas, mas que de pouco serviu à causa Inca.
Ollantaytambo não é apenas caracterizada pela sua fortaleza, é também conhecida pelo seu templo onde se vêm paredes construídas com enormes blocos de pedra esculpida. Aqui temos um excelente exemplo do uso de juntas de dilatação para proteger os blocos principais.
Após a visita a Ollantaytambo dirigímo-nos para uma quinta com uma mansão colonial transformada em restaurante, onde nos apresentaram um buffet de comida típica. Bastante boa pelo menos esta é a minha opinião. O Amílcar que ainda se encontrava “às portas da morte”, mal provou um prato.
Após o almoço continuámos na direcção de Pisac e do seu famoso mercado internacionalmente famoso, mas que não achei nada de especial. Claro que para o Amílcar foi um suplício como o é qualquer coisa relacionada com compras não tecnológicas.
Tinhamos 1:30h para fazer compras no mercado, mas não gastámos nem metade. Ainda deu para comprar uns quadros e para surpreender a nossa guia no café. Deviam ver a cara de espanto dela quando nos viu regressar tão cedo...
Quando a guia se recompôs do choque levou-nos de regresso ao hotel onde aproveitámos para descansar durante meia hora e saímos para jantar.
Comemos num barzinho perto de Plaza de Armas que tinha um mini-palco e um varão de strip... Que pontaria... Foi o ponto alto do dia para o Amílcar e nem sequer vimos ninguém a usá-lo. A sandwich era decente, mas o que é que isso importa...
Depois do jantar ainda fomos comprar um poncho para o Amílcar que de repente teve medo da chuva no dia seguinte em Machu Picchu. Parece que teve um pressentimento...
Finalmente chegámos ao hotel para uma boa noite de sexo e sono. O dia seguinte seria o ponto alto de todas as nossas viagens.
Dia 4 - 31-03-2006 - Cuzco - Machu Picchu
Madrugámos pois tínhamos uma viagem de quase 4h de comboio pela frente. O Amílcar ainda não estava completamente refeito do soroche, mas já se mostrava melhor e menos chato.
O comboio era extremamente lento (acho que a pé chegava lá em menos tempo). Para subir as montanhas que circundam Cuzco, o comboio descreve um Zig-Zag dando a sensação de estar a andar para trás. Dada a duração da viagem é servida uma refeição ligeira a bordo.
Após 4 desesperantes horas (a paisagem é deslumbrante, mas nós só pensávamos em Machu Picchu) chegámos Aguas Calientes. Agora já só nos faltava uma viagem de autocarro até ao paraíso. Se o comboio pecou por ser lento, o autocarro pecou pela rapidez. Os motoristas conduzem os autocarros como se de carros de rallye se tratasse, fazendo power slides em todas as curvas (que são de quase 180º) as estradas estavam enlameadas devido à chuva constante e são tão estreitas que nem 2 carros se cruzam lá. Já falei nas bermas? Ah... pois... não havia, o que havia era o abismo a acompanhar toda a estrada. Só pensava que tinha vindo de tão longe para morrer sem chegar a ver a cidade perdida dos Incas. Se fosse para ter um acidente, que fosse após a visita, na descida.
Finalmente chegámos ao topo da montanha, do mundo e da nossa viagem. Machu Picchu fica no topo de uma montanha (2400m de altitude), mas fica abaixo de Cuzco (3399m de altitude), pelo que o Amílcar conseguiu melhorar um pouco e aproveitar a visita. O nosso guia já se encontrava à nossa espera pelo que após reunirmos todo o grupo, iniciámos a visita. A chuva e o nevoeiro intenso não ajudavam. Por toda a parte se vêm trabalhadores a efectuar restauros. Quero referir também que se viam bastantes grupos escolares me visita de estudo e japoneses, tantos japoneses... nunca tinha visto nem voltei a ver tantos japoneses juntos.
Machu Picchu (em Portugal também denominado de Machu Picchu, em quechua Machu Pikchu, "velha montanha", também chamada "cidade perdida dos Incas") é uma cidade pré-colombiana bem conservada, localizada no topo de uma montanha, a 2400 metros de altitude, no vale do rio Urubamba, actual Peru. Foi construída no século XV, sob as ordens de Pachacuti. O local é, provavelmente, o símbolo mais típico do Império Inca, quer devido à sua original localização e características geológicas, quer devido à sua descoberta tardia em 1911. Apenas cerca de 30% da cidade é de construção original, o restante foi reconstruído. As áreas reconstruídas são facilmente reconhecidas, pelo encaixe entre as pedras. A construção original é formada por pedras maiores, e com encaixes com pouco espaço entre as rochas.
Machu Picchu consta de duas grandes áreas: a agrícola formada principalmente por terraços e recintos de armazenagem de alimentos; e a outra urbana, na qual se destaca a zona sagrada com templos, praças e mausoléus reais.
O lugar foi elevado à categoria de Património mundial da UNESCO, tendo sido alvo de preocupações devido à interacção com o turismo por ser um dos pontos históricos mais visitados do Peru. Em 2007 Machu Picchu foi considerada uma das 7 novas maravilhas do mundo e a segunda onde estivémos, a seguir a Chichen Itza, no México. Ainda hoje ao escrever estas linhas sinto “arrepios na espinha” devido à beleza do local e ao impacto que teve em mim.
Há diversas teorias sobre a função de Machu Picchu, e a mais aceita afirma que foi um assentamento construído com o objectivo de supervisionar a economia das regiões conquistadas e com o propósito secreto de refugiar o soberano Inca e seu séquito mais próximo, no caso de ataque.
A visita guiada durou cerca de 2h, após as quais tivemos tempo livre para explorar à vontade. Ponderámos subir a Huayna Picchu (montanha ou pico jovem), mas dada a limitação do número de visitantes por dia (400) e do nosso tempo, optámos por explorar as ruínas, e subir ao extremo oposto de Huayna Picchu de onde se tiram as famosas fotografias do que parece a cara de um Inca a olhar para o céu. Huayna Picchu é o nariz do Inca. De acordo com os guias, era aqui que viviam os altos sacerdotes e as virgens da cidade. Virgens?!
Existem vários pontos de interesse na cidade perdida, dos quais o mais importante é o Templo do Sol, onde se pode ver uma parede curva. No solstício de Inverno, o sol entra pela janela central e incide directamente sobre a pedra cerimonial. Volto a referir a importância das paredes curvas na cultura Inca dada a grande dificuldade em construí-las sem recorrer ao uso de argamassa.
Continuámos lentamente a explorar, a tirar milhares de fotos e a aproveitar ao máximo cada instante passado no local. A certa altura uma das Nikons que o Amílcar estava a usar deixou de funcionar devido à chuva intensa, o que o deixou em pânico, mas após uma limpeza com um lenço de papel e um reboot lá ressuscitou e nunca mais falhou até à actualidade (2009).
De repente, olhámos para o relógio e apercebemo-nos que estava na altura de nos despedirmos de Machu Picchu, e seguimos para o buffet medíocre que estava incluído no nosso tour. depois do almoço tardio estava na altura de enfrentar de novo os autocarros de rallye que nos levariam de volta para Aguas Calientes. Agora sim, podíamos apreciar toda a perícia e mestria dos condutores. É uma experiência com mais adrenalina que a mais aterradora das montanhas russas.
Chegados a Aguas Calientes voltámos ao comboio caracol e a mais uma viagem de mais de 3h. Nesta viagem, além da refeição a bordo, havia também passagem de modelos e animação. O Amílcar, grande fã deste tipo de actividades, dormiu como um suíno.
Após a longa viagem chegámos a Cuzco e ao nosso hotel. Saímos para jantar, mas devido ao cansaço não nos afastámos muito. Comemos num bar quase paredes meias com o hotel. Neste bar encontrámos uma placa de local perigoso em caso de sismo (ficámos logo mais descansados...) pelo menos a comida era boa. O Peru é um país com bastante actividade sísmica e está bem preparado para tal. Em todos os locais públicos existem placas a indicar os locais mais seguros e as habituais saídas de emergência. O que não esperava era encontrar os locais inseguros também assinalados.
Após a refeição, regressámos ao hotel para a habitual sessão de sexo e sono. O próximo dia era livre, portanto podíamos dormir até mais tarde.
Dia 5 - 01-04-2006 - Dia das mentiras e do nosso 6º aniversário de namoro - Cuzco.
Acordámos, lavámo-nos por baixo e fomos para o pequeno almoço, onde entrámos mesmo no limite do horário com os funcionários a fazer cara feia...
No nosso primeiro dia em Cuzco a Condor Travel deu-nos um “Boleto Turístico” a cada um para a entrada nos locais visitados durante o tour desse dia. Este boleto turístico permite a entrada em quase todos os pontos de interesse de Cuzco pelo que resolvemos aproveitar as restante entradas que ainda tínhamos.
Começámos por explorar um mercado perto do nosso hotel onde comprei mais alguns recuerdos para oferecer aos amigos e à família. Quando deixei de poder ouvir as lamentações e protestos do Amílcar, saímos e dirigímo-nos à plaza de armas.
Pelo caminho visitámos o museu arqueológico do Qorikancha onde pudemos ver exemplos de “trepanações” efectuadas pela civilização Inca. Este museu é bastante pequeno e fica sob o pátio relvado do Qorikancha.
No nosso caminho até à Plaza de Armas fomos vendo bastantes edifícios construídos sobre uma base em pedra de origem Inca. A foto acima é um exemplo disto.
Chegados à Plaza de Armas decidimos ver o Museo Inca, sediado numa casa colonial em excelente estado de conservação. Aqui podemos encontrar uma colecção de trabalhos em metal (incluindo ouro) e algumas múmias do período Inca. Aproveitámos para comprar um livro sobre a descoberta de Machu Picchu por Hiram Bingham e para irar umas fotos juntos com uma menina trajada a rigor e segurando uma alpaca pela trela.
Como a fome já apertava, fomos almoçar num dos restaurantes para turista que rodeiam a Plaza de Armas, daqueles com uma varanda no 1º andar com vista para a praça. Apesar de se tratar de um restaurante para turista, o preço foi uma agradável surpresa. No Peru todos os preços se revelaram bastante baixos, chegando mesmo a ser mais baixos que os praticados em Cuba para os turistas. A viagem foi bastante cara, mas devido ao facto de já ter bastantes tours incluídos e dos preços serem tão acessíveis, o custo total foi igual ou inferior ao da viagem ao México.
Depois de almoço visitámos a Igreja / convento de S. Francisco com a sua grande colecção de pintura religiosa e onde se pode ver o maior quadro da América do Sul com os seus 9m X 12m representado a árvore genealógica de s. Francisco de Assis.
Terminada a visita, mais umas comprinhas e mais umas lamentações do Amílcar que queria visitar a La Compañia, na praça de armas.
A Companhia foi um dos muitos edifícios reconstruídos após o grande terramoto de 1650. Foi construida para ser a igreja mais magnificente de Cuzco, chegando mesmo a ofuscar a beleza da Catedral.
Na praça de armas ainda tirámos fotos a mães Cuzqueñas que transportam os filhos às costas, embrulhados numa manta. Vimos também os preparativos para um comício do Ollanta para as eleições presidenciais que viriam a ser ganhas pelo Alan Garcia que já tinha sido presidente do Peru e esteve envolvido em processos de corrupção.
Jantámos na Plaza de Armas, numas arcadas paralelas à Catedral e quando saímos já estava a decorrer o comício em toda a sua força, com milhares de pessoas na praça.
No caminho de regresso ao hotel ainda usámos uma vez mais o nosso boleto turístico para entrarmos no Centro Qosqo de Arte Nativo, onde vimos algumas danças típicas.
Depois de sairmos do espectáculo, continuámos o nosso caminho até ao hotel durante o qual o Amílcar tentou, sem sucesso fotografar as antenas dos carros xunning que tinham LEDs na ponta.
Finalmente chegámos ao hotel onde aproveitámos a nossa free drink, um Pisco Sour e fomos para o quarto para muito e bom sexo e algum sono.
Dia 6 - 02-04-2006 - Cuzco - Lima
Acordámos cedo para apanharmos o avião de regresso a Lima. A viagem decorreu sem incidentes. Em Lima, já tínhamos um guia a espera que nos levou ao Sheraton onde fizemos novo check in. Devido à diferença de pressão atmosférica (muito mais alta em Lima), as pastas de dentes verteram algum do seu conteúdo e os desodorizantes fizeram saltar a sua tampa como se de uma garrafa de Champagne se tratasse.
Tomámos um taxi a porta do hotel para o Museo de la Nación, considerado o melhor museu do Peru que nos dá a conhecer a história das muitas civilizações que habitaram o Peru ao longo dos séculos. Aqui pudemos observar mais um exemplo da forma arcaica da escrita Inca dando nós em cordéis.
Passámos aqui cerca de 3h. à saída, pedimos na recepção para nos chamarem um taxi, de acordo com as regras de segurança que nos tinham sido transmitidas. Como o recepcionista não conseguiu chamar um taxi “seguro”, perguntou-nos se queríamos ir num taxi menos seguro (dos brancos)... o que quer que isto queira dizer... ele falou com o condutor, ficou com os dados todos do condutor e veículo e nos lá fomos em direcção a Miraflores e ao Centro Comercial Larcomar onde fizemos mais umas comprinhas. A viagem decorreu sem incidentes, apesar do medo que nos tinham incutido. tentámos dar uma gorjeta ao recepcionista do museu por todo o seu esforço na obtenção do taxi e na nossa segurança, mas ele não aceitou.
Foi após este episódio que tivemos a certeza que o atendimento ao público, a simpatia, e competência dos Peruanos é muito superior ao prestado em Portugal e que todo este esforço não é apenas para a obtenção de uma gorjeta.
Nesta zona de Miraflores, junto ao oceano Pacífico estava um nevoeiro tão denso que nem se viam os topos dos prédios. Nas cadeiras das esplanadas deste centro existem fechos para se prenderem as mochilas, para evitar os roubos por esticão.
Do Larcomar regressámos ao hotel, num dos taxis amarelos (supostamente seguros) e, mais uma vez, a viagem decorreu sem incidentes. Cada vez ficávamos mais convencidos que estavam a exagerar com todo o medo que nos incutiam. Pelo caminho, à semelhança do que já tínhamos visto nos outros dias, vimos várias pessoas a urinar em plena via pública e a cuspir para o chão. Infelizmente são competentes e profissionais no emprego e pouco civilizados fora dele...
Aproveitámos para explorar um pouco o nosso hotel uma vez que ainda não era noite cerrada, escrevemos os postais para a família e amigos e jantámos. Depois do jantar o Amílcar fumou um dos seus intermináveis Cohiba Esplêndidos e subimos para o quarto. Começámo-nos logo a despir no elevador, chegados ao quarto fizemos o amor até cair para o lado.
Dia 7 - 03-04-2006 - Lima - Madrid - Lisboa
Acordámos cedo, fizemos o check-out, deixámos as malas no lobby e fomos visitar o Museo de Oro del Peru, um museu famoso pela sua colecção de peças em ouro do período pré-colonial e pela sua colecção de armas. Desta vez decidimos ir numa das “limousines” do hotel, parecíamos lords. Comparado com os taxis “normais”, este ficava pelo dobro, mas o dobre do muito barato, é barato... uma viagem de uma ponta da cidade para a outra ficou-nos por cerca de 7€ - nada de especial pela segurança acrescida.
Este museu privado era um dos melhores museus de Lima, até que em 2001 se descobriu que cerca de 98% das suas peças eram falsas... Os responsáveis pelo museu dizem que todas as obras expostas hoje em dia são autênticas, eu apenas sei que são interessantes e que vale a pena vê-las.
Foi no piso das armas que passámos mais tempo pois o Amílcar tem uma pancada por armas, ditadores e tiranos. Aqui estava no seu elemento, pois havia armas doadas por vários ex-presidentes do Peru, inclusive pelo Alberto Fujimori. Acho que esta foi uma forma do Amílcar se vingar das secas que passou nos mercados e nas compras.
Tínhamos combinado uma hora com o motorista da limousine, e ele lá estava ainda antes da hora combinada. daqui voltámos ao centro comercial Larcomar, onde já conseguimos ver a maravilhosa vista sobre o Pacífico. Almoçámos aqui, ficamos a ver dois parapentes que faziam acrobacias mesmo junto aos turistas e quando chegou a hora de irmos embora, ligámos para o nosso motorista para nos vir buscar... Ambrósio, apetece-me tomar algo...
Enquanto estávamos à espera do Ambrósio, fomos abordados por um dos praticantes de parapente para darmos uma volta com ele em tandem, infelizmente já não tínhamos tempo... nem coragem...
O Ambrósio deixou-nos à porta do hotel e dirigiu-se para a garagem, não sem antes passar por rigorosas medidas de segurança, onde inclusive o seu carro foi inspeccionado com um espelho na parte inferior a procura de explosivos. Nem nos próprios motoristas confiam...
O transfer levou-nos ao aeroporto onde rumámos a Madrid. A viagem decorreu sem incidentes, excepto pelas quase 12h que demorou... Se ao menos pudesse vir cá fora fumar um cigarrito...
A viagem entre Madrid e Lisboa também não teve nada para assinalar. Tínhamos chegado ao fim da viagem das nossas vidas com tudo a correr pelo melhor. Contrariamente ao que todos esperávamos, não fomos assaltados, roubados, raptados ou maltratados.
The End
Escrito por Vaselina.
E lembrem-se, não se deixem apanhar.
Devido aos insistentes avisos que nos foram fazendo em relação à falta de segurança no Perú, não levámos a Nikon D70. A fotografia ficou a cargo de uma Canon PowerShot S50, de uma Nikon Coolpix 7900 e de uma Nikon P1. Queríamos ter a certeza que registávamos todos os momentos importantes da viagem, portanto levámos cerca de 5 GB de em cartões de memória diversos. A qualidade das máquinas fotográficas baixou e a habilidade dos fotógrafos não melhorou, portanto mais uma vez, não esperem milagres. Podem ser fotografias de merda, mas são as nossas fotografias de merda!
Dia 0 - 27-03-2006 - Lisboa - Madrid - Lima
Chegámos ao aeroporto às 06:25h, mas apenas pudemos fazer o check-in às 06:45h. Este período foi aproveitado para embalar a mala do Amílcar que apesar de ser Samsonite, é de fecho eclair e, como tal, facilmente violável. às 08:45h, saímos de Lisboa rumo a Madrid num velhinho MacDonell Douglas MD88 da Iberia. O voo durou cerca de 1h e apenas deu para ler o Público e pouco mais. A bordo ia a Patrícia Bull.
Ao chegar a Barajas, foi só procurar a porta de embarque pois já tínhamos feito o check-in para o Peru e despachado as malas. Encontrar a porta de embarque é uma coisa, mas chegar lá é outra completamente diferente e bastante mais difícil. É que o aeroporto de Barajas é enorme e nós tivemos que o atravessar de uma ponta à outra num comboio subterrâneo ao estilo do nosso Metro. Ainda por cima havia obras por todo o lado.
Partimos de Madrid às 13:40h com cerca de 1 hora de atraso devido ao elevado volume de tráfego aéreo. O avião é o Vicente Alexandre, um Airbus A340-600 da Iberia. Não conseguimos lugar à janela apesar de termos feito o check-in em Lisboa, porque os espanhóis podem fazer o check-in on-line com 24h de antecedência. O Avião tem uma câmara de video na parte superior do leme direccional que permite ver as descolagens e aterragens. Muito giro!
O Amílcar queixou-se que apenas havia "hospedeiros" e que as hospedeiras estavam todas na 1ª classe. Disse inclusive que preferia ter hospedeiras no lugar da câmara na cauda do avião, mas eu não acredito nisso. Aterrámos cerca das 18:00h locais (00:00h e Portugal - Devido ao horário de Inverno, são menos 6h que em Portugal. Estava bastante calor e já era de noite.
No transfer para o Hotel Sheraton Lima, o nosso guia, Carlos Ayala da Condor Travel, foi-nos dando algumas informações úteis e foi fazendo alguns avisos. Disse-nos que estávamos na zona antiga que era muito gira, mas que não era segura. Desaconselhou-nos a sair a noite a pé. Se quiséssemos ir a algum lado após as 17 / 18h, devíamos ir de taxi e voltar de taxi. Recomendou que andássemos apenas nas ruas e praças principais e com muita gente. Basta afastarmo-nos 200 ou 300 metros para entrarmos em zonas perigosas. Vinha outro casal Português connosco no transfer que ia ficar na zona de Miraflores. Miraflores assim como San Isidro são zonas mais seguras.
Ao chegar ao hotel, fizemos o check-in, cambiámos alguns Euros para Nuevos Soles e jantámos no restaurante do hotel que até era bom. Eu estava morta de cansaço e não me estava a sentir muito bem.
Fizemos o amor e fomos dormir.
Dia 1 - 28-03-2006 - Lima
Acordei às 07:30h, com as forças retemperadas, mas ainda com algumas tonturas, fruto do jet-lag. às 09:00h quando estávamos a tomar o pequeno almoço, ouvimos o nome do Amílcar no altifalante. Tinham-nos vindo buscar para o tour pela cidade. Estávamos à espera da guia às 09:30h. Esta era inédita, um tour que não se atrasa, mas que chega inclusive adiantado. Passámos pela Casa Andina onde estavam hospedados os outros portugueses, a Carla e o Luís que estavam em lua-de-mel. Fomos ainda ao hotel José António buscar um casal alemão que vivia em Washington e falava inglês sem sotaque.
Começámos o tour pelo Parque do Amor, em Miraflores, que tem um monumento em barro em que figuram 2 amantes com feições peruanas a celebrar o amor. À volta do parque existe um mural a imitar o estilo de Antoní Gaudí com pedaços de azulejo partido. Daqui tem-se uma fantástica vista sobre o pacífico e as praias de Lima. A água parece poluída e a guia indicou-nos que estava a 14ºC. Eu sei quem é que lá não se mete...
O próximo ponto na nossa viagem foi a Huaca Pucllana (Huaca é um local sagrado) que é uma pirâmide pré-Inca datada de cerca de 300 AC. Esta Huaca fica na zona de Miraflores e alberga um pequeno museu que retrata a forma como eram mumificados os mortos (em posição fetal) para que pudessem renascer. A cidade de Lima desenvolveu-se à volta desta pirâmide de adobe. Aqui ficámos também a conhecer uma forma arcaica de escrita Inca, que se resume a nós que davam em fios que se uniam como se fossem um tapete.
A paragem seguinte foi feita na Plaza de Armas, também conhecida como Plaza Mayor, onde visitámos La Catedral que foi reconstruída após o terramoto de 1746. Imediatamente após entrar, à direita vi o nome Pizarro. O Amílcar com o seu ar entendido explicou-me que se tratavam mesmo dos restos mortais de Francisco Pizarro (lá de tiranos e ditadores percebe ele... se ao menos usasse a cabeça para coisas interessantes...). A guia mostrou-nos os pilares da catedral que são feitos de bambu por causa das suas propriedades anti-sísmicas e por ser resistente às térmitas.
Da Plaza de Armas seguimos a pé para El Convento de San Francisco que é famoso pelas suas catacumbas onde se encontram inúmeras ossadas humanas. Daqui regressámos ao hotel onde terminou o tour. Todos os tours que fizemos nesta viagem estavam incluídos no preço da mesma. À partida esta viagem parecia mais cara que a do México, mas feitas as contas revelou-se mais barata. Os preços aqui também são mais baixos que no México.
Estava marcada uma grande Manifestação (huelga) em Cuzco para dia 29 e 30 de Março pelo que o Carlos Ayala nos aconselhou a alterar o voo para Cuzco de dia 29 para as 06:00h da manhã (!!!) a fim de fugir à confusão. Tivemos que pagar 111,5 € para alterar o itinerário de dia 30 de Abril. Após o fim do tour matinal, lá fomos nós e o outro casal até às instalações da LAN Peru para alterar a hora do voo. Partilhámos um taxi até ao Ovalo de Miraflores onde o Carlos Ayala já nos esperava. A troca dos bilhetes decorreu sem incidentes (ao contrário das nossas expectativas). Aqui já nos começámos a aperceber da extraordinária eficiência do atendimento Peruano. Algo completamente inédito na América Latina (e em Portugal). Depois de tudo estar tratado o Carlos Ayala recomendou-nos alguns restaurantes, dos quais nós escolhemos um para almoçar. O outro casal almoçou connosco.
Depois de almoço, a Carla e o Luís foram descansar para o hotel, nós fomos deixar os documentos no cofre (pois estavam-nos constantemente a assustar com os roubos). Uma vez que estávamos no hotel aproveitámos para fazer um passeio a pé pelas imediações. Não nos afastámos muito porque já era tarde e por causa dos avisos relativos à insegurança. Durante este passeio pudemos aperceber-nos das incessantes buzinadelas que se ouvem. É impossível passarem 2 segundos sem se ouvirem pelo mesmos 3 ou 4 carros apitar. Ninguém para nas passadeiras. Mesmo após nos já estarmos no meio da rua os carros continuam a apitar e a aproximar-se lentamente para nos forçar a sair do seu caminho.
Terminámos o dia com um carpaccio de carne e com as nossas welcome drinks (Pisco Sour) no hotel. Eu estava morta de cansaço e ainda continuava com as minhas tonturas. O Amílcar gozava.. mal sabia ele o que o esperava...
Demos uma rapidinha e fomos dormir que tínhamos que sair do hotel às 04:00h da manhã para ir para o aeroporto.
Dia 2 - 29-03-2006 - Lima - Cuzco
Às 03:50h já tínhamos feito check-out e já estávamos a tomar o pequeno almoço quando chega a nossa guia. Parámos de comer, e fomos para o aeroporto. A guia que se chamava Fulana ajudou-nos com as formalidades. Pagámos as taxas aeroportuárias (chulos), cerca de 25 soles e dirigimo-nos para a sala de embarque. O Amílcar estava a pensar que ia encontrar um avião decadente turbo-hélice e deparou-se com um novíssimo Airbus A320. Foi a desilusão... estava inconsolável...
O voo deveria durar cerca de 1 hora, mas encontrámos mau tempo em Cuzco. Tentámos a aproximação por duas vezes. Da 2ª vez estivemos quase a aterrar, mas no último momento o avião levou uma rajada de vento, o comandante acelerou os motores e dirigimo-nos ao aeroporto alternante - Arequipa, para abastecer e esperar melhores condições.
Em Arequipa não nos deixaram desembarcar, tivemos que esperar cerca de 1 hora para voltarmos a descolar rumo a Cuzco. Desta vez conseguimos aterrar à 1ª. Recolhemos as bagagens e lá fomos com outro representante da Condor Travel. Enquanto nos dirigíamos ao hotel, o guia foi-nos dando alguns conselhos para evitar problemas com a altitude (estávamos a 3326m acima do nível do mar). As regras básicas são: Descansar, andar devagar, comer pouco, beber muitos líquidos evitando o álcool e beber mate de coca... sim essa mesmo a coca da qual se extrai a cocaína. Já estou a imaginar peregrinações ao Peru por causa destas linhas. No Peru é legal fazer-se chá com as suas folhas, mas linhas não é... Claro que o Amílcar nunca pensou que a altitude o pudesse afectar... a ele, não, nunca!
Chegámos ao Hotel às 10:30 e aproveitámos para descansar um pouco até às 13:00h, hora a que nos vinham buscar para um tour pela cidade e por umas ruínas circundantes. Quando acordei estava bastante mal disposta. Tive que me deitar novamente. Com algum esforço, lá me consegui levantar e descer para beber mais um mate de coca. Não é que o Mate de coca até é mesmo muito bom! Atrevo-me a dizer que foi o melhor chá que já bebi em toda a vida. Acompanhámos o mate de coca com sanduíches, que por estas paragens são tostas e demoram 20 minutos a preparar. Pelo menos são deliciosas. Em todos os locais havia água a ferver e folhas de coca gratuitas para beber à vontade. Sinto-me na obrigação de dizer que o único efeito que o mate de coca tem no organismo é o de estimulante. É como beber vários Redbull mas com bom sabor. Claro que o mate de coca também não ajuda em nada ao Soroche (doença de altitude) como veremos mais à frente...
Partimos pontualmente às 13:30h. Porra estes gajos não para de nos surpreender com a pontualidade. Será que comeram alguma coisa estragada? Já no autocarro fomos recolher alguns turistas a outros hotéis e iniciámos o tour. Da famosa huelga nem sinal. Começámos o tour pelo Qorikancha (significa Pátio Dourado) em Quechua. Este pátio / templo encontrava-se coberto com cerca de 700 folhas de ouro com cerca de 2Kg cada e era o templo mais importante de todo o império Inca. Claro que isto foi até os espanhóis aparecerem e pilharem tudo... Bons velhos tempos...
Os trabalhos em pedra são os melhores do império Inca. Na civilização inca não se usava argamassa para unir as pedras. As pedras são talhadas para se unirem umas às outras de forma sólida. Imaginem um Lego gigante e coberto de ouro. Aqui, tal como em muitos outros monumentos, já se verificam soluções engenhosas anti-sísmicas como as paredes inclinadas ligeiramente para dentro, as portas e janelas são mais largas na base que no topo. Encontra-se nichos nas paredes com o mesmo formato que servem para retirar peso à parede. Na construção Inca encontram-se também juntas de dilatação.
Devo ainda referir que, os Incas são apenas os imperadores, o povo é o Quechua, assim como dialecto que ainda hoje se fala. A cultura Inca também praticava os sacrifícios humanos, mas ao contrário dos Maias que degolavam as suas vítimas, lhes arrancavam o coração e o comiam, os Incas / Quechuas eram bastante mais civilizados. Em primeiro lugar davam-lhes alucinogénicos (estão a ver onde entra a coca e seus derivados, não estão?) e depois, apenas lhe davam uma pancada na cabeça ou um corte cirúrgico no pescoço. Pode-se dizer que eram algo efeminados no sacrifício.
O Qorikancha foi entregue a Juan Pizarro que o doou aos Dominicanos que, por sua vez construíram um convento no seu interior. Existem ainda bastantes salas e paredes que foram preservadas. A parte mais sagrada do tempo era a sua parede curva que é extremamente difícil de construir usando as técnicas Incas. Os Dominicanos que ainda hoje são donos do templo, construíram o altar da sua igreja orientado na direcção desta parede curva. Em todas as cidades Incas existe um templo com uma parede curva que é sempre o local mais importante e sagrado. Veremos uma também em Machu Picchu.
A paragem seguinte foi em La Catedral que demorou quase 100 anos a ser construída. O que mais se destaca na catedral é El Senhor de los Temblores, ou o senhor dos terramotos. Segundo reza a lenda, durante o grande terramoto de 1650, os habitantes desfilaram com este crucifixo à volta da praça rezando para que o sismo parasse e, alegadamente, parou mesmo. Claro que o que mais sobressai nesta estátua é o facto de Cristo ser preto. Mas Cristo não era originalmente preto, foi enegrecendo devido ao fumo das velas e ao material de que é feita a estátua (à base de milho). Em todas as representações de Cristo, Ele aparece com as pernas arqueadas, e com feições "nativas". Aqui estão , também, os restos mortais do famoso historiador Garcilaso de la Vega, filho de um conquistador espanhol e de uma princesa inca. Aqui estão , também, os restos mortais do famoso historiador Garcilaso de la Vega, filho de um conquistador espanhol e de uma princesa inca.
Após a visita à Catedral, saímos de Cuzco para visitar o Sacsayhuaman, que em Quechua significa "falcão saciado ou satisfeito". Os indivíduos de língua inglesa, usam uma mnemónica para fixar este nome e que é "Sexy Woman". Este é um dos maiores e mais surpreendentes monumentos incas, com carácter ciclópode, construído com enormes blocos de pedra, o maior dos quais tem 7 metros de altura. Este complexo foi construído como uma fortaleza militar e, segundo se crê, como um adoratório solar, adquirindo também um carácter religioso. Aqui vimos os primeiros lamas ou alpacas juntos com um grupo de mulheres vestidas com os trajes típicos, em pose para a fotografia a troco de alguns Nuevos Soles. Por esta altura ainda não sabíamos muito bem a diferença entre lamas e alpacas. Vimos mais tarde a descobrir que as alpacas são mais peludas ou lãzudas (faz-se muito vestuário de lã de alpaca e é bastante caro), as alpacas são mais pequenas e não cospem para atacar. Os lamas são criados com animais de carga e as alpacas para a produção de lã (os lamas são criados como burros e as alpacas como ovelhas).
De volta ao autocarro para rumar ao templo de Qenqo que significa labirinto ou zig zag. Era uma huaca de grande importância dentro do estado Inca. Possuía um local de adoração ao Sol num ritual relacionado com o solstício. No interior da rocha existe uma câmara subterrânea onde se construíram mesas e nichos que serviam para se fazerem oferendas aos mortos. Os sacrifícios humanos eram efectuados no exterior... para as vítimas poderem gritar à vontade sem fazer eco ou perturbar os mortos. O leitor bem sabe o quanto as múmias são sensíveis aos gritos.
A última paragem do nosso tour foram as ruínas de Tambomachay que que dizer lugar de descanso. este local é conhecido popularmente como El Baño del Inca. Os aspecto mais marcante de Tambomachay é a água que é vertida dos seus aquedutos durante todo o ano sempre na mesma quantidade. Até ao momento ignora-se de onde provém esta água.
Após o fim do tour, regressámos ao hotel José António. O Hotel, apesar das suas 4 estrelas ****, não é grande coisa. O quarto esteve sempre quente demais, ao ponto de termos que deixar a janela aberta para que o ar gélido da montanha amenizasse a temperatura do quarto e fosse possível dormir durante a noite. As camas são individuais e desconfortáveis e o pequeno-almoço não tem nada de muito interessante, excepto o maravilhoso mate de coca.
Voltámos a sair para jantar e não precisámos de andar muito para encontrar um restaurante que nos agradasse. Como ainda era bastante cedo, tínhamos o restaurante só para nós. Comemos ceviche e bife de Alpaca ao som do Caetano Veloso, visto que o empregado nos tinha confundido com brasileiros. Nesta viagem, confundiram-nos por diversas vezes com brasileiros para grande ofensa do Amílcar. Que vergonha! Eu não comi muito pois ainda continuava um bocado mal disposta, devido à altitude. O Amílcar, por sua vez comeu que nem um abade, coisa que lhe iria sair caro no dia seguinte.
Regressámos ao hotel, para descansar. Aproveitei para ver um pouco de televisão peruana, onde vi um episódio da série Friends. Fizemos amor e fomos tentar dormir.
Dia 3 - 30-03-2006 - Cuzco - Ollantaytambo - mercado de Pisac
Dormimos bastante mal. O Amílcar que quase que não dormiu, estava com dores de cabeça, tonturas e dores corporais, o que se resumia a uma palavra, soroche (doença de altitude) ou, nas palavras dele, "estava quase a morrer". Ele que não acreditava nestas coisas do soroche e que tinha abusado no dia anterior estava a pagá-las. Eu estava bastante melhor.
Não tínhamos nada combinado neste dia, portanto despachámo-nos lentamente e dirigimo-nos para o pequeno-almoço.
Durante o dia anterior tínhamos tentado alterar a data do tour ao Valle Sagrado de los Incas para o dia original (hoje), mas ninguém da Condor Travel nos tinha dito nada... até hoje à hora do pequeno-almoço. Apanharam-nos quando estávamos quase de saída. Como nos interessava a troca, aceitámos de imediato.
A agência tentou, em vão, encontrar o outro casal para que fosse connosco. Ainda fomos ao mercado procurá-los (armados em detectives privados), mas não tivemos sucesso. Pelo menos provámos uma espécie de chocolate local, que é horrível. Ainda hoje me recordo do sabor...
Há males que vêm por bem. Tivemos um tour privado. Que romântico.
O tour partiu cerca das 09:00h e, devido aos mal-entendidos, fomos apenas nós, num tour privado. após sair de Cuzco o nosso minibus, dirigiu-se ao Valle Sagrado de los Incas, onde ia parando sempre que a paisagem ou os monumentos o justificasse. A guia era altamente prestável, simpática e conhecedora da região. Falava castelhano e quechua fluentemente e também falava demais... A mulher não se calava um segundo o que para o Amílcar se foi transformando num suplício com o passar das horas. Não se esqueçam que ele continuava com uma dor de cabeça que todo o chá de coca e aspirina do mundo não conseguiam fazer passar.
Para além as paisagens de cortar a respiração, as principais atracções do Vale Sagrado (também conhecido como Vilcanota ou Urubamba) são as cidades de Ollantaytambo e Pisac, ambas com cerca de 2000 habitantes e ambas também incluídas neste tour.
Ollantaytambo é dominada por uma massiva fortaleza Inca no topo de uma colina que oferece uma magnífica vista sobre a povoação e área circundante. Para se chegar à fortaleza Inca, temos que subir uma escada de pedra bastante íngreme através de socalcos que antigamente serviam para a agricultura. Aqui, Fernando Pizarro, irmão de Francisco Pizarro, perdeu uma grande batalha contra os Incas, mas que de pouco serviu à causa Inca.
Ollantaytambo não é apenas caracterizada pela sua fortaleza, é também conhecida pelo seu templo onde se vêm paredes construídas com enormes blocos de pedra esculpida. Aqui temos um excelente exemplo do uso de juntas de dilatação para proteger os blocos principais.
Após a visita a Ollantaytambo dirigímo-nos para uma quinta com uma mansão colonial transformada em restaurante, onde nos apresentaram um buffet de comida típica. Bastante boa pelo menos esta é a minha opinião. O Amílcar que ainda se encontrava “às portas da morte”, mal provou um prato.
Após o almoço continuámos na direcção de Pisac e do seu famoso mercado internacionalmente famoso, mas que não achei nada de especial. Claro que para o Amílcar foi um suplício como o é qualquer coisa relacionada com compras não tecnológicas.
Tinhamos 1:30h para fazer compras no mercado, mas não gastámos nem metade. Ainda deu para comprar uns quadros e para surpreender a nossa guia no café. Deviam ver a cara de espanto dela quando nos viu regressar tão cedo...
Quando a guia se recompôs do choque levou-nos de regresso ao hotel onde aproveitámos para descansar durante meia hora e saímos para jantar.
Comemos num barzinho perto de Plaza de Armas que tinha um mini-palco e um varão de strip... Que pontaria... Foi o ponto alto do dia para o Amílcar e nem sequer vimos ninguém a usá-lo. A sandwich era decente, mas o que é que isso importa...
Depois do jantar ainda fomos comprar um poncho para o Amílcar que de repente teve medo da chuva no dia seguinte em Machu Picchu. Parece que teve um pressentimento...
Finalmente chegámos ao hotel para uma boa noite de sexo e sono. O dia seguinte seria o ponto alto de todas as nossas viagens.
Dia 4 - 31-03-2006 - Cuzco - Machu Picchu
Madrugámos pois tínhamos uma viagem de quase 4h de comboio pela frente. O Amílcar ainda não estava completamente refeito do soroche, mas já se mostrava melhor e menos chato.
O comboio era extremamente lento (acho que a pé chegava lá em menos tempo). Para subir as montanhas que circundam Cuzco, o comboio descreve um Zig-Zag dando a sensação de estar a andar para trás. Dada a duração da viagem é servida uma refeição ligeira a bordo.
Após 4 desesperantes horas (a paisagem é deslumbrante, mas nós só pensávamos em Machu Picchu) chegámos Aguas Calientes. Agora já só nos faltava uma viagem de autocarro até ao paraíso. Se o comboio pecou por ser lento, o autocarro pecou pela rapidez. Os motoristas conduzem os autocarros como se de carros de rallye se tratasse, fazendo power slides em todas as curvas (que são de quase 180º) as estradas estavam enlameadas devido à chuva constante e são tão estreitas que nem 2 carros se cruzam lá. Já falei nas bermas? Ah... pois... não havia, o que havia era o abismo a acompanhar toda a estrada. Só pensava que tinha vindo de tão longe para morrer sem chegar a ver a cidade perdida dos Incas. Se fosse para ter um acidente, que fosse após a visita, na descida.
Finalmente chegámos ao topo da montanha, do mundo e da nossa viagem. Machu Picchu fica no topo de uma montanha (2400m de altitude), mas fica abaixo de Cuzco (3399m de altitude), pelo que o Amílcar conseguiu melhorar um pouco e aproveitar a visita. O nosso guia já se encontrava à nossa espera pelo que após reunirmos todo o grupo, iniciámos a visita. A chuva e o nevoeiro intenso não ajudavam. Por toda a parte se vêm trabalhadores a efectuar restauros. Quero referir também que se viam bastantes grupos escolares me visita de estudo e japoneses, tantos japoneses... nunca tinha visto nem voltei a ver tantos japoneses juntos.
Machu Picchu (em Portugal também denominado de Machu Picchu, em quechua Machu Pikchu, "velha montanha", também chamada "cidade perdida dos Incas") é uma cidade pré-colombiana bem conservada, localizada no topo de uma montanha, a 2400 metros de altitude, no vale do rio Urubamba, actual Peru. Foi construída no século XV, sob as ordens de Pachacuti. O local é, provavelmente, o símbolo mais típico do Império Inca, quer devido à sua original localização e características geológicas, quer devido à sua descoberta tardia em 1911. Apenas cerca de 30% da cidade é de construção original, o restante foi reconstruído. As áreas reconstruídas são facilmente reconhecidas, pelo encaixe entre as pedras. A construção original é formada por pedras maiores, e com encaixes com pouco espaço entre as rochas.
Machu Picchu consta de duas grandes áreas: a agrícola formada principalmente por terraços e recintos de armazenagem de alimentos; e a outra urbana, na qual se destaca a zona sagrada com templos, praças e mausoléus reais.
O lugar foi elevado à categoria de Património mundial da UNESCO, tendo sido alvo de preocupações devido à interacção com o turismo por ser um dos pontos históricos mais visitados do Peru. Em 2007 Machu Picchu foi considerada uma das 7 novas maravilhas do mundo e a segunda onde estivémos, a seguir a Chichen Itza, no México. Ainda hoje ao escrever estas linhas sinto “arrepios na espinha” devido à beleza do local e ao impacto que teve em mim.
Há diversas teorias sobre a função de Machu Picchu, e a mais aceita afirma que foi um assentamento construído com o objectivo de supervisionar a economia das regiões conquistadas e com o propósito secreto de refugiar o soberano Inca e seu séquito mais próximo, no caso de ataque.
A visita guiada durou cerca de 2h, após as quais tivemos tempo livre para explorar à vontade. Ponderámos subir a Huayna Picchu (montanha ou pico jovem), mas dada a limitação do número de visitantes por dia (400) e do nosso tempo, optámos por explorar as ruínas, e subir ao extremo oposto de Huayna Picchu de onde se tiram as famosas fotografias do que parece a cara de um Inca a olhar para o céu. Huayna Picchu é o nariz do Inca. De acordo com os guias, era aqui que viviam os altos sacerdotes e as virgens da cidade. Virgens?!
Existem vários pontos de interesse na cidade perdida, dos quais o mais importante é o Templo do Sol, onde se pode ver uma parede curva. No solstício de Inverno, o sol entra pela janela central e incide directamente sobre a pedra cerimonial. Volto a referir a importância das paredes curvas na cultura Inca dada a grande dificuldade em construí-las sem recorrer ao uso de argamassa.
Continuámos lentamente a explorar, a tirar milhares de fotos e a aproveitar ao máximo cada instante passado no local. A certa altura uma das Nikons que o Amílcar estava a usar deixou de funcionar devido à chuva intensa, o que o deixou em pânico, mas após uma limpeza com um lenço de papel e um reboot lá ressuscitou e nunca mais falhou até à actualidade (2009).
De repente, olhámos para o relógio e apercebemo-nos que estava na altura de nos despedirmos de Machu Picchu, e seguimos para o buffet medíocre que estava incluído no nosso tour. depois do almoço tardio estava na altura de enfrentar de novo os autocarros de rallye que nos levariam de volta para Aguas Calientes. Agora sim, podíamos apreciar toda a perícia e mestria dos condutores. É uma experiência com mais adrenalina que a mais aterradora das montanhas russas.
Chegados a Aguas Calientes voltámos ao comboio caracol e a mais uma viagem de mais de 3h. Nesta viagem, além da refeição a bordo, havia também passagem de modelos e animação. O Amílcar, grande fã deste tipo de actividades, dormiu como um suíno.
Após a longa viagem chegámos a Cuzco e ao nosso hotel. Saímos para jantar, mas devido ao cansaço não nos afastámos muito. Comemos num bar quase paredes meias com o hotel. Neste bar encontrámos uma placa de local perigoso em caso de sismo (ficámos logo mais descansados...) pelo menos a comida era boa. O Peru é um país com bastante actividade sísmica e está bem preparado para tal. Em todos os locais públicos existem placas a indicar os locais mais seguros e as habituais saídas de emergência. O que não esperava era encontrar os locais inseguros também assinalados.
Após a refeição, regressámos ao hotel para a habitual sessão de sexo e sono. O próximo dia era livre, portanto podíamos dormir até mais tarde.
Dia 5 - 01-04-2006 - Dia das mentiras e do nosso 6º aniversário de namoro - Cuzco.
Acordámos, lavámo-nos por baixo e fomos para o pequeno almoço, onde entrámos mesmo no limite do horário com os funcionários a fazer cara feia...
No nosso primeiro dia em Cuzco a Condor Travel deu-nos um “Boleto Turístico” a cada um para a entrada nos locais visitados durante o tour desse dia. Este boleto turístico permite a entrada em quase todos os pontos de interesse de Cuzco pelo que resolvemos aproveitar as restante entradas que ainda tínhamos.
Começámos por explorar um mercado perto do nosso hotel onde comprei mais alguns recuerdos para oferecer aos amigos e à família. Quando deixei de poder ouvir as lamentações e protestos do Amílcar, saímos e dirigímo-nos à plaza de armas.
Pelo caminho visitámos o museu arqueológico do Qorikancha onde pudemos ver exemplos de “trepanações” efectuadas pela civilização Inca. Este museu é bastante pequeno e fica sob o pátio relvado do Qorikancha.
No nosso caminho até à Plaza de Armas fomos vendo bastantes edifícios construídos sobre uma base em pedra de origem Inca. A foto acima é um exemplo disto.
Chegados à Plaza de Armas decidimos ver o Museo Inca, sediado numa casa colonial em excelente estado de conservação. Aqui podemos encontrar uma colecção de trabalhos em metal (incluindo ouro) e algumas múmias do período Inca. Aproveitámos para comprar um livro sobre a descoberta de Machu Picchu por Hiram Bingham e para irar umas fotos juntos com uma menina trajada a rigor e segurando uma alpaca pela trela.
Como a fome já apertava, fomos almoçar num dos restaurantes para turista que rodeiam a Plaza de Armas, daqueles com uma varanda no 1º andar com vista para a praça. Apesar de se tratar de um restaurante para turista, o preço foi uma agradável surpresa. No Peru todos os preços se revelaram bastante baixos, chegando mesmo a ser mais baixos que os praticados em Cuba para os turistas. A viagem foi bastante cara, mas devido ao facto de já ter bastantes tours incluídos e dos preços serem tão acessíveis, o custo total foi igual ou inferior ao da viagem ao México.
Depois de almoço visitámos a Igreja / convento de S. Francisco com a sua grande colecção de pintura religiosa e onde se pode ver o maior quadro da América do Sul com os seus 9m X 12m representado a árvore genealógica de s. Francisco de Assis.
Terminada a visita, mais umas comprinhas e mais umas lamentações do Amílcar que queria visitar a La Compañia, na praça de armas.
A Companhia foi um dos muitos edifícios reconstruídos após o grande terramoto de 1650. Foi construida para ser a igreja mais magnificente de Cuzco, chegando mesmo a ofuscar a beleza da Catedral.
Na praça de armas ainda tirámos fotos a mães Cuzqueñas que transportam os filhos às costas, embrulhados numa manta. Vimos também os preparativos para um comício do Ollanta para as eleições presidenciais que viriam a ser ganhas pelo Alan Garcia que já tinha sido presidente do Peru e esteve envolvido em processos de corrupção.
Jantámos na Plaza de Armas, numas arcadas paralelas à Catedral e quando saímos já estava a decorrer o comício em toda a sua força, com milhares de pessoas na praça.
No caminho de regresso ao hotel ainda usámos uma vez mais o nosso boleto turístico para entrarmos no Centro Qosqo de Arte Nativo, onde vimos algumas danças típicas.
Depois de sairmos do espectáculo, continuámos o nosso caminho até ao hotel durante o qual o Amílcar tentou, sem sucesso fotografar as antenas dos carros xunning que tinham LEDs na ponta.
Finalmente chegámos ao hotel onde aproveitámos a nossa free drink, um Pisco Sour e fomos para o quarto para muito e bom sexo e algum sono.
Dia 6 - 02-04-2006 - Cuzco - Lima
Acordámos cedo para apanharmos o avião de regresso a Lima. A viagem decorreu sem incidentes. Em Lima, já tínhamos um guia a espera que nos levou ao Sheraton onde fizemos novo check in. Devido à diferença de pressão atmosférica (muito mais alta em Lima), as pastas de dentes verteram algum do seu conteúdo e os desodorizantes fizeram saltar a sua tampa como se de uma garrafa de Champagne se tratasse.
Tomámos um taxi a porta do hotel para o Museo de la Nación, considerado o melhor museu do Peru que nos dá a conhecer a história das muitas civilizações que habitaram o Peru ao longo dos séculos. Aqui pudemos observar mais um exemplo da forma arcaica da escrita Inca dando nós em cordéis.
Passámos aqui cerca de 3h. à saída, pedimos na recepção para nos chamarem um taxi, de acordo com as regras de segurança que nos tinham sido transmitidas. Como o recepcionista não conseguiu chamar um taxi “seguro”, perguntou-nos se queríamos ir num taxi menos seguro (dos brancos)... o que quer que isto queira dizer... ele falou com o condutor, ficou com os dados todos do condutor e veículo e nos lá fomos em direcção a Miraflores e ao Centro Comercial Larcomar onde fizemos mais umas comprinhas. A viagem decorreu sem incidentes, apesar do medo que nos tinham incutido. tentámos dar uma gorjeta ao recepcionista do museu por todo o seu esforço na obtenção do taxi e na nossa segurança, mas ele não aceitou.
Foi após este episódio que tivemos a certeza que o atendimento ao público, a simpatia, e competência dos Peruanos é muito superior ao prestado em Portugal e que todo este esforço não é apenas para a obtenção de uma gorjeta.
Nesta zona de Miraflores, junto ao oceano Pacífico estava um nevoeiro tão denso que nem se viam os topos dos prédios. Nas cadeiras das esplanadas deste centro existem fechos para se prenderem as mochilas, para evitar os roubos por esticão.
Do Larcomar regressámos ao hotel, num dos taxis amarelos (supostamente seguros) e, mais uma vez, a viagem decorreu sem incidentes. Cada vez ficávamos mais convencidos que estavam a exagerar com todo o medo que nos incutiam. Pelo caminho, à semelhança do que já tínhamos visto nos outros dias, vimos várias pessoas a urinar em plena via pública e a cuspir para o chão. Infelizmente são competentes e profissionais no emprego e pouco civilizados fora dele...
Aproveitámos para explorar um pouco o nosso hotel uma vez que ainda não era noite cerrada, escrevemos os postais para a família e amigos e jantámos. Depois do jantar o Amílcar fumou um dos seus intermináveis Cohiba Esplêndidos e subimos para o quarto. Começámo-nos logo a despir no elevador, chegados ao quarto fizemos o amor até cair para o lado.
Dia 7 - 03-04-2006 - Lima - Madrid - Lisboa
Acordámos cedo, fizemos o check-out, deixámos as malas no lobby e fomos visitar o Museo de Oro del Peru, um museu famoso pela sua colecção de peças em ouro do período pré-colonial e pela sua colecção de armas. Desta vez decidimos ir numa das “limousines” do hotel, parecíamos lords. Comparado com os taxis “normais”, este ficava pelo dobro, mas o dobre do muito barato, é barato... uma viagem de uma ponta da cidade para a outra ficou-nos por cerca de 7€ - nada de especial pela segurança acrescida.
Este museu privado era um dos melhores museus de Lima, até que em 2001 se descobriu que cerca de 98% das suas peças eram falsas... Os responsáveis pelo museu dizem que todas as obras expostas hoje em dia são autênticas, eu apenas sei que são interessantes e que vale a pena vê-las.
Foi no piso das armas que passámos mais tempo pois o Amílcar tem uma pancada por armas, ditadores e tiranos. Aqui estava no seu elemento, pois havia armas doadas por vários ex-presidentes do Peru, inclusive pelo Alberto Fujimori. Acho que esta foi uma forma do Amílcar se vingar das secas que passou nos mercados e nas compras.
Tínhamos combinado uma hora com o motorista da limousine, e ele lá estava ainda antes da hora combinada. daqui voltámos ao centro comercial Larcomar, onde já conseguimos ver a maravilhosa vista sobre o Pacífico. Almoçámos aqui, ficamos a ver dois parapentes que faziam acrobacias mesmo junto aos turistas e quando chegou a hora de irmos embora, ligámos para o nosso motorista para nos vir buscar... Ambrósio, apetece-me tomar algo...
Enquanto estávamos à espera do Ambrósio, fomos abordados por um dos praticantes de parapente para darmos uma volta com ele em tandem, infelizmente já não tínhamos tempo... nem coragem...
O Ambrósio deixou-nos à porta do hotel e dirigiu-se para a garagem, não sem antes passar por rigorosas medidas de segurança, onde inclusive o seu carro foi inspeccionado com um espelho na parte inferior a procura de explosivos. Nem nos próprios motoristas confiam...
O transfer levou-nos ao aeroporto onde rumámos a Madrid. A viagem decorreu sem incidentes, excepto pelas quase 12h que demorou... Se ao menos pudesse vir cá fora fumar um cigarrito...
A viagem entre Madrid e Lisboa também não teve nada para assinalar. Tínhamos chegado ao fim da viagem das nossas vidas com tudo a correr pelo melhor. Contrariamente ao que todos esperávamos, não fomos assaltados, roubados, raptados ou maltratados.
The End
Escrito por Vaselina.
E lembrem-se, não se deixem apanhar.
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